quarta-feira, 4 de agosto de 2010

WILLIAN JOSEPH SAYMOUR


Na História da Igreja Cristã fulguram inúmeras obras sobre a vida de grandes homens que sob o poder do Espírito influenciaram o rumo da Igreja de Cristo. É muito fácil de achar nas livrarias ou mesmo na internet livros, revistas, filmes, documentários e etc., sobre Lutero, Calvino, João Wesley e tantos outros reformadores ou santos cristãos que se destacaram em suas épocas e deixaram suas contribuições ao cristianismo moderno. São os “tais” que deixaram marcas profundas na vida de milhares de pessoas.


Nestes 100 anos das Assembléias de Deus no Brasil, muito se tem falado sobre Gunnar Vingren e Daniel Berg, mas pouco ou quase nada se fala sobre o verdadeiro pai do Pentecostalismo Clássico. Diante disso quero trazer a memória do povo cristão um pouco sobre Seymour, que com certeza também é “um dos tais”!

Mas o que falar de Seymour? Quem é esse tal?

Ou para ser mais especifico, o que dizer sobre: William Joseph Seymour? (Centerville, Louisiana, 2 de Maio de 1870 a 28 de Setembro de 1922)

O tal pai do Pentecostalismo Clássico era negro... Pobre... Neto de escravos... Cego de um olho e cristão.

Sim, diferente de muitos Heróis da Fé cristã, que eram doutores em teologia, sacerdotes, mestres... Seymor possuía as características supracitadas. E para seu tempo, salvo o ser cristão, as demais características eram estigmas que o deixavam a margem da sociedade.

Mas, atualmente se sabe que ele foi muito mais do que o acima descrito. Seymour era cego de um olho, mas queria enxergar e enxergou pelo Espírito. Sim, ele teve visões de uma Igreja movida pelo Espírito, livre da segregação racial, onde negros e brancos cultuavam juntos, e mulheres tiveram espaço para pregar, ensinar, fazendo assim uso da unidade e igualdade que há em Cristo Jesus.

E
ra neto de escravos, nascido livre, mas pelo Espírito quis e viveu livre no espírito, mesmo vivendo em meio a segregação racial norte-americana.

Era pobre materialmente, mas veio a ser locupleto por Aquele que o mundo não pode receber, o Espírito Santo de Deus.

O afro-americano, neto de escravos católicos, ex - garçon que freqüentava a Igreja Metodista Episcopal, uma igreja predominantemente negra, possuía sede de aprender sobre o Espírito Santo. E na busca de saciar sua sede Em 1905, mudou-se para Houston, passando a freqüentar a recém-formada escola bíblica de Charles Fox Parham. Mas, por ser negro, na escola formada por brancos, ele não podia entrar, ficava sentado em uma cadeira colocada no corredor. Seymour na escola de Parhan não entrou, mas literalmente aprendeu da banda de fora. Segundo alguns historiadores, Parham, atualmente conhecido como o pai do avivamento pentecostal clássico, era um ex-pastor metodista, racista, membro da Ku-Klux-Klan e dado a práticas homossexuais.

Mesmo ouvindo da banda de fora, Seymour aprendeu a letra das Escrituras e com sede de Deus, buscou e recebeu o poder do Espírito Santo. E sob o mover pentecostal, o negro cego orou, clamou, dançou, profetizou e em línguas estranhas falou.

O que se pode falar sobre William Joseph Seymour, é que, seu movimento naqueles dias tido como "estranho" e até mesmo como: "o ultimo vômito do diabo", permitiu aos crentes o falar em línguas estranhas, crendo e orando por milagres num tempo em que o "Cessacionismo" predominava, e os dons extraordinários do Espírito eram coisas tidas como restritas a era apostólica.

Seymour foi o instrumento de Deus, pelo qual também tornou possível, ainda que por curtos três anos, a convivência entre negros, brancos, hispânicos, homens e mulheres, cinqüenta anos antes da aprovação dos direitos civis nos EUA. Seymour, em seu movimento abriu amplo espaço para a participação e liderança feminina. Tamanha ousadia inclusiva e os estranhos acontecimentos ocorridos em suas reuniões chamaram a atenção da imprensa. Um grande jornal de Los Angeles enviou um repórter que diante dos fenômenos que ocorriam nos cultos escreveu um artigo com o título: "Estranha Babel de Línguas", com isso, ao querer ridicularizar os acontecimentos, o jornal acabou divulgando o Movimento, atraindo mais e mais a atenção das pessoas.

Naquele antigo templo da Igreja Metodista Africana em Los Angeles, localizado na Azusa Street (Rua Azusa) no. 312, a “Babel” que os jornais anunciavam e que os protestantes escolados não entendiam e por isso "satanizavam', aconteciam manifestações do Espírito Santo que se fazem sentir até em nossos dias. Se bem que ate os dias de hoje, a "satanização" ainda existe por parte de muitos que com olhares preconceituosos rechaçam todo o Movimento Pentecostal.

Hoje quase 600 milhões de pessoas no mundo são cristãos, graças ao poder do Espírito Santo que usou de um homem negro, cego de um olho para trazer a lume o Movimento Pentecostal. Reconhecendo ou não, gostando ou não, mesmo as Igrejas chamadas Históricas, tais como: Metodista, Presbiteriana e até mesmo a Igreja Católica Apostólica Romana têm sido direta ou indiretamente influenciadas pelo legado de Seymour. Pois da fonte pentecostal "seymouriana" bebem de carismáticos a avivados, da católica romana Canção Nova aos Batistas e Presbiterianos renovados.

lembrei-me das origens do pentecostalismo e da contribuição de pessoas negras, sendo homens e mulheres marginalizadas, como Saymour e outros/as e não quis deixar passar em branco, escrevendo assim algo sobre o assunto. Lembrando que, muitos pentecostais no Brasil desconhecem a história de Seymour, a "loucura" que Deus há 104 anos escolheu usar para confundir a muitos sábios arrogantes e eruditos dentro do protestantismo histórico e evangelical daquela e da época atual.

Pouca coisa existe escrita sobre Saymour, mas pelo pouco que passou a história, e pelo muito que o movimento dele tem gerado, digo: louvado seja Deus, porque há 104 anos, no ano de 1906 assim como diz em sua Palavra, Ele decidiu escolher as coisas loucas para confundir as sábias!

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