quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

TRADUÇOES BIBLICAS





O Antigo Testamento hebraico

O antigo Testamento compreende os primeiros quarenta e seis livros da Bíblia Cristã. Estes livros são as Sagradas Escrituras não só do povo judaico e sua religião, o judaísmo, mas também do Cristianismo. Na sua grande maioria foram escritos originalmente em hebraico e aramaico, as antigas línguas dos judeus. Muitos desses livros são antigos que pouco sabemos de suas origens. Os escribas judeus costumavam, de tempos em tempos, fazer novas cópias de suas escrituras sagradas. Mas os documentos não duravam muito no clima dos países bíblicos e, conseqüentemente, é raro encontrarmos cópias muito antigas da Bíblia.

Até 1947, os manuscritos hebraicos mais antigos do Antigo Testamento, que se conheciam, datavam do século IX e X d.C., e eram cópias dos primeiros cinco livros da Bíblia, isto é, do Pentateuco.

Outras versões antigas do Antigo Testamento

O texto do Antigo Testamento também chegou até nós em outras versões antigas. Algumas delas confirmam, por sua vez, a exatidão do texto hebraico hoje em uso.

Uma das traduções mais importantes do Antigo Testamento é a tradução grega chamada Setenta ou Septuaginta. Esta foi a primeira tradução grega do Antigo Testamento, e teve como objetivo ajudar os judeus dispersos na Diáspora (as comunidades que viviam em terras pagãs).

A versão resultante foi depois chamada (o número do valor simbólico da perfeição) de tradução dos Setenta, aludindo de modo simplificado a 70 tradutores (em vez dos 72 Pseudo-Aristeas). Esta versão também inclui os assim chamados livros deuterocanônicos. Os cristãos dos primeiros séculos usavam este livro como sua Bíblia.

O grego era a língua principal do império romano e, durante os primeiros séculos Cristãos, foram feitas diversas outras traduções do Antigo Testamento para o grego. Às vezes a tradução grega ajuda a esclarecer passagens obscuras do texto hebraico, mas freqüentemente não é exata.

Como se formou o Antigo Testamento

Segundo uma sólida tradição judaica, foi o escriba Esdras (cuja história é narrada no livro homônimo) quem reuniu e ordenou os livros do Antigo Testamento. Mas, na verdade, já muito antes existiam coleções dos primeiros cinco livros (os livros de Moisés ou Pentateuco) e de alguns discursos dos profetas, bem como de salmos e provérbios.

Os Judeus distribuíram seus livros sagrados em três grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. A “Lei” compreendia os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (Gênesis-Deuteronômio). Os Escritos compreendiam os livros sapienciais como Provérbios, Eclesiastes, Jó e alguns livros históricos escritos na época posterior, como Esdras, Neemias e Crônicas, além de um livro profético, Daniel.

Como chegou a nós o texto do Novo Testamento

Muitos manuscritos gregos apresentam texto do Novo Testamento que foi padronizado no século V d.C. A primeira edição impressa do texto grego foi feita em 1516, numa forma preparada pelo erudito holandês Erasmo.

Como foram copiados os manuscritos

Todos os escritos tinham que ser copiados à mão para serem difundidos. Esta operação geralmente era feita por um grupo de amanuenses, cada um dos quais fazia uma cópia enquanto o escriba-chefe ditava o texto. Se algum dos amanuenses não ouvia bem ou estava distraído podia cometer erros. Mas também o copista individual, que copiava de um manuscrito original, às vezes lia mal ou acidentalmente introduzia erros.

Um texto confiável do Novo Testamento

Dois dos mais importantes grupos de manuscritos do Novo Testamento são os papiros Bodmer (um dos quais data de fins do século II) e os papiros Chester Beatty (provavelmente do início do século III). Mas estes só contêm partes do Novo Testamento. O códice Sinaítico, do século IV, contém todo o Novo Testamento, e o códice Vaticano chega até HB 9,13. Os dois manuscritos provavelmente foram feitos por copistas profissionais em Alexandria do Egito.

As duas coleções de papiros acima citadas foram descobertas depois da edição de Westcott e Hort.

Versões antigas da Bíblia

Para muitos cristãos do século I “a Bíblia” era a tradução grega do antigo testamento (a Setenta), iniciada no século III a.C. Logo depois de concluído o Novo Testamento, começaram a surgir as traduções.

Bíblia siríaca e copta – No Egito a Igreja usou inicialmente o grego, mas com a difusão do cristianismo em direção ao sul do país, tornou-se necessária uma tradução em egípcio (ou copta). Esta tradução começou no século III e continua a ser utilizada no culto.

São Mesrop (ou Mersrob; em armênio, Neshorp) inventou um alfabeto para os armênios, a primeira nação cristã do mundo, e deu-lhes a sua tradução da Bíblia no Século V.

Os Precursores da Reforma

Pelo fim da Idade Média surgiram diversas traduções da bíblia para a leitura dos cristãos comuns, realizadas por pessoas que tinham posição crítica em relação às autoridades eclesiásticas oficiais. Em torno de 1170, Pedro Valdo, mercador de Lião, encontrou novo sentido para a sua vida lendo o Novo Testamento, e empenhou-se em mandar traduzir a Bíblia para o provençal (francês meridional). Seus seguidores constituíram a Igreja valdense, que foi duramente perseguida durante séculos.

A Bíblia em Portugal e no Brasil

Traduções em português – As primeiras tentativas de apresentação da mensagem em português são traduções parciais, paráfrases e resumos históricos. Assim, em 1320, durante o reinado de D. Dinis, os monges de Alcobaça publicaram os Atos dos apóstolos e a História abreviada do Antigo Testamento.

Ainda no Século XVIII apareceu outra versão integral da Bíblia, obra de Francisco de Jesus Maria Sarmento, que viveu de 1713 a 1790. O Novo Testamento foi publicado em Lisboa nos anos de 1777 e 1778 e o Antigo Testamento entre 1778 e 1785.

Principais traduções em português no século XX – 1932, Pe. Matos soares, Bíblia Sagrada – Tradução da Vulgata, editada em Portugal e mais de uma vez reproduzida no Brasil (a primeira edição em 1943). Até há pouco tempo, era a versão mais difundida entre os católicos, embora contivesse algumas imperfeições. A partir de 1975 está sendo publicada por Edições Paulinas a edição corrigida, com notas autorizadas.

Outras línguas européias

Italiano – Depois das tentativas das primeiras décadas da história da imprensa e após a afortunada tradução do calvinista G. Diodati (1607), a primeira versão italiana de sucesso foi a de Antônio Martini (1768-1781), que traduziu simplesmente a Vulgata de Jerônimo.

Inglês – Fundamental para a língua inglesa, depois das primeiras tentativas também clandestinas, como a de William Tyndale, foi a assim chamada King James’ (ou Authorized) Version, feita sobre traduções inglesas anteriores revistas e corrigidas. Foi editada por ordem do rei Jaime.

Tradutores Missionários pioneiros da Bíblia

Na retomada da atividade missionária, após a Idade Média, as primeiras traduções foram feitas pelos católicos. Estes começaram em geral com os Dez Mandamentos, o Pai-Nosso e partes escolhidas dos evangelhos e dos livros históricos, juntamente com o catecismo. Em 1613 os missionários jesuítas publicaram todo o Novo Testamento Japonês.

As sociedades bíblicas

Em 1804 foi fundada a British and Foreign Bible Society para o país de Gales, o Reino Unido e o mundo. Inicialmente publicou traduções bíblicas existentes, mas logo os seus membros interessaram-se por traduções novas. Editaram o Novo Testamento em industão (urdu), obra do missionário Henry Martin, em 1812, e a primeira tradução africana moderna na língua bulom de Serra Leoa no ano de 1816. Depois disso publicou traduções em cerca de 480 línguas africanas. Os Cristãos foram os primeiros a escrever estas línguas usando escrita latina. O primeiro Novo Testamento completo para a África foi publicado em amarico (Etiópia) em 1829. A primeira Bíblia completa numa língua africana saiu em malgaxe, em 1835.

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